Algumas Considerações sobre Psicoterapia
- Matheus Fracaroli
- 11 de ago. de 2016
- 2 min de leitura

Muitas vezes as pessoas buscam assistência psicológica quando se encontram em momentos de profunda angústia, luto, quando desenvolvem algum quadro psicossomático ou apenas quando necessitam de um relatório ou laudo psicológico. Embora estes exemplos demandem acompanhamento psicológico, não é apenas nestes momentos que se faz necessário buscar por um tratamento. Não é preciso deixar chegar à situações extremas para se buscar ajuda. Somos sujeitos inseridos diferentes contextos (trabalho, escola, faculdade, família, relacionamentos amorosos, etc.) e permeados por uma série de questões psíquicas que o meio e as relações nos provoca. Algumas resolvemos com facilidade, outras não. Por exemplo: um conflito no trabalho pode se agravar e estender à todos ao seu redor, implicando em uma série de outros conflitos, e outros, e outros... até se chegar a um adoecimento psíquico. Será que é preciso deixar chegar a esse ponto? Ainda temos a percepção de que é necessário "estar doente" ou "sentir-se profundamente triste" para procurar ajuda psicológica, como estamos habituados a fazer quando procuramos um médico. Se estamos com dor, agendamos uma consulta com um médico, ele faz um diagnóstico, prescreve o tratamento adequado e nos tratamos até que o sintoma desapareça. Na prática é isso que deveria acontecer, mas muitos fazem o tratamento e meses mais tarde retornam à consulta médica com a mesma queixa. O médico então prescreve um novo tratamento, até que se chegue à "cura". Não é meu papel criticar o modelo médico e sim fazer um paralelo e mostrar as diferenças entre a Medicina e a Psicologia que muitos já conhecem, mas algumas pessoas ainda desconhecem.
A ótica da Psicologia e da subjetividade do ser humano em suas relações sociais é totalmente diferente. A psicoterapia entra em jogo para promover mudanças dentro do tempo que cada um tem para trabalhar sua percepção de determinada(s) situação(ões), verificar os componentes que motivam a adotar certas atitudes e concluir quais são as formas de lidar com as mesmas frente às situações cotidianas.
Portanto, não é necessário estar diagnosticado com depressão ou algum outro transtorno, ou estar profundamente angustiado ou triste para se buscar um acompanhamento psicoterápico. É óbvio que diante de tais diagnósticos é fundamental que se faça o tratamento medicamentoso adequado juntamente com acompanhamento psicológico, mas, buscar por psicoterapia também pode ser sinônimo de se questionar frente às situações em que se vive diariamente na relação com o outro de forma preventiva, ou melhor... de forma a querer pensar mais sobre si mesmo. Encerro este post com uma conhecida frase de René Descartes "Cogito, ergo sum", traduzida em sua forma literal "Penso, logo sou". O desejo em pensar sobre si pode ser um passo para buscar mudanças.