O que faz um Psicólogo Escolar/Educacional?
- Matheus Fracaroli
- 14 de ago. de 2016
- 2 min de leitura

A Psicologia Escolar ainda é uma área de pouca atuação profissional se compararmos com a Psicologia Organizacional, a Psicologia Hospitalar e a Psicologia Clínica. Basta verificar a quantidade de escolas, creches ou entidades educacionais e o número de profissionais da psicologia que lá atuam. O conhecimento técnico para orientação de pais, de professores e de alunos fica sob a responsabilidade do Coordenador ou Orientador Pedagógico. Em instituições educacionais que dispõem da atuação do Coordenador Pedagógico e do Psicólogo Escolar, enriquecem e fortalecem mais o trabalho com o corpo docente e discente.
1. O Psicólogo pode oferecer atendimento clínico aos alunos?
Essa é a primeira pergunta (principalmente dos professores) que o psicólogo quando entra no contexto escolar pode oferecer, porém de acordo com Nota técnica publicada pelo Conselho Regional de Psicologia em 2010 onde: O profissional psicólogo que atua na escola, deve oferecer um olhar e uma intervenção pautada na demanda institucional. Atender individualmente uma criança na escola, seria o mesmo que dizer aquela criança é a única responsável pelo problema e pelas queixas geradas em sala de aula.
2. Então o que deve ser feito quando se recebe uma queixa do professor?
Como toda queixa, devemos investigar qual a causa e o que mantém aquela queixa; é necessário conhecer o projeto pedagógico da escola; observar a atuação do professor; verificar como a escola lida com situações de comportamento ou de dificuldades de aprendizagem dos alunos; estabelecer uma parceria com os pais e professores e propor mudanças necessárias e promover o bem estar do aluno em fase de aprendizagem.
3. Mas o psicólogo fica em sua sala só recebendo queixas dos professores?
Não. O Psicólogo Escolar tem mobilidade para conversar com todos os profissionais que atuam na instituição escolar, observar comportamentos e situações. É importante também elaborar grupos de trabalho ou reuniões com a Coordenação Pedagógica, participar de reuniões e discutir medidas para aprimorar e ampliar o processo de ensino-aprendizagem na escola. Trabalhar com grupos de professores e oferecer conhecimentos sobre Psicologia do Desenvolvimento, treinamentos e capacitações também são ótimos recursos. Fazer intercâmbio com Psicólogos da rede municipal de Saúde e Assistência Social para possíveis encaminhamentos e muitas outras possibilidades de intervenção e ações dentro da Escola (palestras, workshops, grupo com os pais, entre outros).
4. O que o profissional da Psicologia Escolar não pode fazer?
Nesse ponto cito na íntegra o Art. 2º - Ao psicólogo é vedado: a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; .” (Confira na página do CRP aqui).
5. E no que diz respeito à inclusão ? Como o profissional tem atuado?
O profissional deve atuar na promoção da liberdade, igualdade e integridade do ser humano. Devemos lembrar que a criança e o adolescente estão inseridos num sistema educacional onde exige-se inúmeras condutas, conhecimentos e metodologias. É sempre importante respeitar o tempo de assimilação de cada um, os déficits a serem trabalhados sem discriminar ou diferenciar alunos pela forma que aprendem. É papel do profissional se posicionar contra a medicalização que o contexto escolar tem demandado e promover ações e trabalho multidisciplinar para questões voltadas ao TDAH, dislexia e outros quadros de dificuldade de aprendizagem.
Para conhecer mais sobre a Psicologia Escolar visite o site da Associação Brasileira de Psicologia Escolar/Educacional